O T’ai Chi Ch’uan,
baseia-se em exercícios físicos milenares que reproduzem movimentos de animais e os ritmos da
natureza. Ele tem sua origem
na antiga China e foi uma das maiores febres orientais praticadas no Ocidente
em praças, florestas, ruas e praias.
Originalmente,
era visto como uma forma de arte marcial que, porém, esta sendo usado há
séculos na China como exercício para a saúde considerando, entre outros aspectos, o etário.
O exercício básico de Tai
Chi é uma série de movimentos
individuais, reunidos de modo contínuo, que flui, suavemente, de um movimento
para outro. A respiração profunda e a concentração
mental também são utilizadas para conseguir a harmonia entre o corpo e a mente.
Os movimentos simples, macios e fluidos são ideais para qualquer faixa etária.
Além disso, ele se espalhou em muitos países, mundialmente é excessivamente aceito como um exercício para a
saúde e fitness (HONG, 2000).
Ensina ao praticante técnicas
respiratórias e métodos eficazes no combate
ao stress. Está prática visa à integração entre corpo, mente e espírito, levando
o praticante a centrar-se em si mesmo, permitindo maior aprofundamento através
da respiração direcionada para o Tan
Tien ( Mar de Energia).
Aos poucos permite a maior conscientização de si mesmo e de seus estados, melhorando o aproveitamento da
energia e o integrando melhor com o mundo
exterior.
A prática, inicia-se com a preparação, e visa
à integração ao ritmo dessa arte. A preparação não é um aquecimento, mas sim, um trabalho de desbloqueio do caminho da
energia,preparando o corpo para a busca do equilíbrio, a médio e longo
prazo.
Isso é conseguido através dos
movimentos lentos, circulares, contínuos e soltos. Dentro desse conceito, envolvemos
dois tipos de flexibilização que são muscular e articular. Esta flexibilização
é quem propicia a fluidez da energia ou o
desbloqueio do caminho da mesma.
O T’ai Chi Ch’uan envolve
o trabalho duas polaridades (Yin/Yang) visando o equilíbrio entre
essas duas forças e se trabalharmos só o lado Yin ou só o Yang estaremos desequilibrando
o fluxo de energia no organismo, este equilíbrio é buscado nas formas cíclicas
e é mutável.
Dentro desse conceito
temos os movimentos de T’ai Chi, que têm uma forma de respiração e uma postura
específica. Os movimentos são lentos, ritmados e o ritmo é promovido pela
respiração. Quando trazemos o movimento para si, trazemos também a respiração,
quando expandimos o movimento expandimos a respiração ou
simplesmente expiramos; com o tempo o praticante aproxima-se mais de si,
conhecendo-se melhor e a sua postura deve ser sempre segura, estável e
confortável e é expressa pela coluna sempre ereta, que com o passar
do tempo, é incorporada ao caráter do praticante.
Também temos as formas dois a dois ou Tui Shou,
onde o praticante entra em contato direto com a energia do outro. Nesta parte ele aprendendo
a manter-se neutro, dar limites e a perceber como está esse outro. Ensina a
ceder, desviar, e devolver a energia do parceiro a ele mesmo, sem que o
primeiro saia do seu centro.
Uma Arte a ser vivenciada
O conceito de T’ai Chi, significa
apenas uma forma de recuperar o equilíbrio; é uma maneira de retornarmos a nós
mesmos, abandonando momentaneamente os conflitos e as confusões que vivenciamos
na vida diária. T’ai Chi, não é um nome exótico, nem significa uma sabedoria
oriental, mas a sabedoria dos próprios sentidos, do corpo, mente, espírito em
um só processo.
A essência do T’ai Chi na realidade é
de ajudar cada um de nós travarmos conhecimento com o sentido de realidade que
existe em nós; do processo criativo de ser o que se é. É uma disciplina na qual
você pode “mergulhar” e praticar, lhe trazendo inúmeros benefícios.
São
necessários anos para conseguirmos descobrir o T’ai Chi em nós, e o aprendizado
nunca acaba.
Devemos voltar a ser crianças.
Precisamos voltar a respirar como bebês; a visualizar e fantasiar como antes,
quando ainda éramos pequenos. Ser infantil, não significa ser imaturo, e com a
prática, em alguns momentos vamos voltar a ser crianças, ou redescobrir a
criança em nós.
Quando éramos crianças, a cada dia
descobríamos algo novo em nosso corpo, e com o tempo fomos perdendo a
espontaneidade, a naturalidade, a liberdade, o equilíbrio, o ritmo... Nos
robotizamos, e nossos corpos passaram a ficar distorcidos, para tomar a imagem
de algo que pensamos ser. Não somos mais naturais como éramos quando nascemos;
não respiramos como os bebês, não nos movemos mais como animais selvagens;
estamos “domesticados” e ‘ paralisados”, com muitas “camisas de força”, que
somos a todo o momento obrigados a vestir; temos dobras e travas demais no
corpo, condicionamentos que levamos anos a fio programando; conceitos e
preconceitos enraizados, e agora é hora de começar tudo de novo, do fim para o
começo , quebrando as amarras, desfazendo laços, reencontrando com o meio que
há tanto tempo atrás nos protegeu durante nove meses (água). O retorno é mais
fácil, porque já conhecemos o caminho.
Crescemos, e cada um de nós
provavelmente passou por momentos que queríamos ser melhores os superar na
forma; fazer tudo correto.
No T’ai Chi se aprende com o corpo à
medida que se pratica; com o tempo ele se tornará sua própria criação, e a
única maneira de descobrir onde está, é mergulhando diretamente no meio e
aprender, fazendo.
Precisamos
apenas começar, passo a passo, re descobrindo-nos, re harmonizando-nos com o
universo do nosso ser, de nossa essência... Temos tempo, muito tempo para esta
viagem.
Paz e Luz!
Myrian